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JAVERT DENILSON
( BRASIL - MINAS GERAIS )
Nasceu em Belo Horizonte - MG, em maio de 1967.
Participou do 2º. Catálogo da Produção Poética Impressa nos Anos 90, Editora Blocos, Rio de Janeiro/RJ (1997).
Lançou o livro de contos “A Batalha da Noite Anterior” (2001) pela Orobó Edições e “este sol rasgado” (2009) pela Menininha da Casinha Azul Produções.
Participou das antologias “Cena Poética 2 (2016), 4 (2018), 6 (2020), 7 (2023)” organizadas pelo poeta Rogério Salgado.
Blog: http:/kavertdenilsons.blogspot.com/
e-mail: jave6774@gmail.com
CENA POÉTICA 10 — poesia & prosa. Belo Horizonte, MG: RS Edições e Baroni Edições, 2024. 216 p. Exemplar da biblioteca de Salomão Sousa
Vegetais alcoolizados
as flores que recebi já não são as mesmas:
chuva, flores — uma bússola sem ponteiro:
o fogo e o ovo e o farol da península; a chuva
cai sobre o farol e a luz corta a escuridão de
bengala; as flores que do chão nasceram não
alcançaram o cume dos céus — com seus
galhos de algodão rastejaram pelo esgoto: as
flores que de Salvador Dali não assinam o
passaporte da abelhas...
(H)ora vertiginosa
toda hora da mesma forma em qualquer hora
a uma hora não se conforma de qualquer forma
de dentro pra fora na quase hora tudo se
transforma de qualquer forma na mesma hora
de dentro pra fora na quase hora no mais que
por ora às vezes a gente chora...
Elegia do tédio
a tarde ecoa o som dos minutos no infindo
sabor do tédio. E este tédio está em mim e eu
estou nele. Incrustado. O tédio das horas. Das
horas de espera. A espera Dela. Das horas,
não: dos dias! A insuportável diária das horas.
As horas da falta. Da falta que ela faz. O tédio
cansa. Causa sonolência. Angústia. Nada mais
importa para um ser humano senão o
assassinato do tédio. Do meu completo e
derradeiro fim. Como um vírus que se extirpa
pelo pensamento. E assim sendo,
acompanhando os ponteiros do relógio — na
vasta imensidão dos segundos, anseio para
ver o rosto da amada em alguns dias...
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Página publicada em dezembro de 2025.
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